Minhas experiências no CBM – Curso Básico de Montanhismo p/Jorge Juliano de Oliveira – aluno do curso CBM – 01_08
Introdução Não sei dizer precisamente como consegui o endereço do site do CAP – Clube Alpino Paulista, mas foi mais ou menos na metade do ano de 2007, e percebi que eles realizavam cursos regulares de montanhismo, especialmente, o ‘CBM – Curso Básico de Montanhismo’. O Fato é que algum tempo depois, ‘enfiei’ na cabeça que iria me inscrever e fazer o curso. Faço a inscrição necessária e consigo a última das doze vagas oferecidas. O Curso em si… O curso possuiu uma série de aulas teóricas ao longo de aproximados dois meses, todas as quartas-feiras à noite, na sede do CAP. Temas variados, desde obviamente os mais diretamente ligados a prática do Montanhismo, como, equipamentos, nós específicos, técnicas de segurança, até temas mais genéricos como ‘ética na montanha’; primeiros socorros, navegação e orientação, etc. Mas sem dúvida, são as cinco saídas dos finais de semana que coroam o curso. São elas, em ordem cronológica e progressiva, em termos de aprendizado e exigências de conhecimentos teóricos e práticos: 1ª – Itaguaré (MG), 2ª – Petar (divisa SP/PR), 3ª – Andradas (MG), 4ª – PNI – Parque Nacional do Itatiaia (RJ) e 5ª – Pedra do Baú (SP).
As saídas… Era dia 26/mar/2008, data da última aula teórica antes da 1ª saída. Começam meus problemas… “-Não tenho nada”! De ‘barraca’ a ‘isolante térmico’ e ‘saco de dormir’, passando por ‘mochila, anorak, botas e roupas adequadas’. A saída seria dali a dois dias! (sexta-feira à noite). Dou um jeito, consigo adquirir o mínimo necessário para a saída, e me lembro de uma leitura que fiz e que dizia para ‘amaciar as botas’ antes de usá-las em caminhadas longas… Bem, não deu tempo, e se amaciei as botas foram por uns meros passos antes de iniciarmos a trilha ao pico do Itaguaré.
Itaguaré (29 e 30 de março de 2008) A primeira saída… A chegada ao início da trilha para o pico do Itaguaré se dá através de uma estrada precária, os trechos, todos em terra, estavam bem ruins. Na trilha…
Começa a subida, são previstas pelos nossos guias, algo em torno de 4,5 horas de caminhada. Fizemos em 3,5 horas! Fomos bem, dizem nossos guias. Algum tempo para ir conhecendo um pouco melhor a todos da turma, e que parecem ser todos ‘gente fina’, apesar de ainda não ter conversado de fato com todos (faltou tempo mesmo). Parada para o lanche, e “alívio”! Achei que fosse ‘abrir o bico’ no meio do caminho. Chegamos ao local do acampamento, onde pudemos descansar mais um pouco, o tempo estava ótimo, e a sensação de alívio e prazer foi recarregando as minhas baterias… Hora de recomeçar a ‘escalaminhada’ ao pico do Itaguaré! Vamos subindo pela trilha, bem mais divertida do que o caminho pelo meio do mato, e quanto mais próximos chegávamos, maiores as ‘pedras’ iam se mostrando à nossa frente (esse efeito eu também vi relatado em diversos dos livros de montanha que li). Fizemos o cume! O meu primeiro cume!
Pode não ter sido ‘grande coisa’ para os demais, mas para mim marcou o início ‘de verdade’ do curso. Quando começamos a descer o tempo virou, esfriou e não tivemos sequer tempo de esquentar água para o jantar… Como disseram depois os nossos guias, Erick, Wagner, Elenilda e Juliana: ‘demos uma de paulistas’ e cada um foi cuidar da própria vida! Fomos todos dormir… Choveu e ventou a noite toda… Resumo da saída: – Foi legal, quero mais!
Petar (05 e 06 de abril de 2008) Na saída seguinte o nosso destino foi o de duas cavernas localizadas próximo ao Parque Petar, que eu nunca tinha ouvido falar (as cavernas mais famosas são a do Diabo e a Santana), muito menos sabia onde ficavam! As cavernas que fizemos, ficam fora do Parque e são conhecidas pelos nomes dos proprietários das terras em que se encontram. Chamavam-se ‘Agenor’ e ‘Tobias’.
Fomos acompanhados nessa saída, além do ‘Cabelo’ que já conhecíamos das aulas às quartas-feiras no CAP, do ‘Corneto’, escalador experiente e da velha guarda (escala a uns ‘trocentos’ anos, uma figura!) e que estava lá conosco, num ambiente que não era propriamente de seu agrado, cedendo seu tempo e experiência para nos acompanhar caverna adentro (baita privilégio, devo admitir),e também pelo Erikson, especialista em cavernas e que nos falou delas com uma paixão de dar inveja, e que descobri ser um dos espeleólogos de maior respeito do País.
Com gente assim não podia dar errado! Fomos caverna adentro, dava medo, mas como todos foram entrando eu também fui seguindo em frente. Entramos na caverna lá pelas 10h00 da manhã e depois de muitas e muitas rastejadas fomos chegando a novas áreas da caverna com formatos impressionantes. E eu que nem sequer conhecia a parte turística da caverna do diabo, estava agora sendo apresentado a um ambiente totalmente novo, um pouco molhado e úmido devo dizer. Chegamos ao final do primeiro dia de caverna completamente enlameados, lá pelas 17h00 ou 18h00, mas recompensados: Pastel e cerveja para todos! E depois, um belo churrasquinho preparado pelo ‘chef de cuisine’ de nossa turma, o Kazuo (quem comeu sabe que estava muuiito bom).
Começou o segundo dia, e lá fomos nós para a caverna do ‘Tobias’. Baita pirambeira! Essa segunda caverna, foi logo de entrada mostrando que tudo tem seu preço, e neste caso, após uns 20 metros de descida, passando um pórtico de pedra impressionante, chegamos a beira de um pequeno abismo, uns 7 ou 8 metros, mas suficiente para ‘quebrar alguns ossos’ sem dúvida nenhuma. Descemos por uma escada móvel de cabos de aço e graus de alumínio, daquelas que só se vê em filmes de aventura, e chegamos à parte inferior (demorou ‘pacas’ para todos descerem…), e continuamos caverna adentro. Não passou muito tempo e o prêmio: Ao final de um trecho com algumas passagens ‘muito sinistras’ chegamos a um imenso salão, calculo que tivesse ao menos uns 40 metros de altura, pelo qual corria um rio subterrâneo e uma bela cachoeira (dentro da caverna!). Achei que era aquele o ponto final, mas logo percebi que o ‘Cabelo’ já estava com uma ‘outra escada móvel’, ‘pior’ que a anterior, subindo até a parte superior da cachoeira. Não deu outra. Pouco a pouco fomos sendo convidados a entrar na água (gelada!) até o pescoço, para continuar a exploração, toda ela feita seguindo o leito do rio. Foi muito divertido, porque até aquele momento, por diversas vezes alguns de nós, inclusive eu, tentamos não nos molharmos demais e não deixar os pés molharem, afinal estávamos devidamente calçados com botas impermeáveis… Começou a ficar tarde, e a ordem passou a ser ‘voltar’ por todo o caminho que fizemos, ou seja, cascata abaixo, passagens sinistras acima, etc., e depois: Abismo acima via a famigerada escada! Tudo isso feito, ‘encerramos o dia’ lá pelas 18h00 do domingo e com um longo caminho de volta a São Paulo… Resumo da saída: – Ô bicho feio esse negócio de caverna sô!! (mas volto algum dia…)
Andradas (12 e 13 de abril de 2008) A saída para Andradas era obrigatória e eliminatória, pois aprenderíamos ‘in loco’ a preparação de ‘paradas’, ‘segues’, segurança, utilização do ‘prussik’, etc.,e que seriam imprescindíveis nas saídas seguintes. Prometia ser bem diferente e seria nosso primeiro contato com técnicas de escalada propriamente ditas. E foi mesmo!
Tivemos muiiita sorte, o tempo ajudou (no sábado…) e fizemos toda a série de exercícios programados e que com certeza se mostrariam necessários nas saídas seguintes. Fiz pela primeira vez, (o que não é mais novidade, já que ‘tudo’ que fazia no curso era pela ‘primeira vez’), a 1ª escalada na pedra e o 1º baldinho (!?) que eu nem sabia o que era… Vale aqui alguns dos destaques dos exercícios: o prussik (na foto feito pela Bia). Chego para fazer o treinamento de prussik, recebo as instruções do Milton e do Abilek, preparo os nós ‘pescador duplos’ nos cordins, laço a corda que já estava dependurada numa árvore, e quando percebo já estou subindo árvore acima. Confesso que tinha dúvida se funcionaria, mas no final acabei achando ‘bem fácil’ e acho que ‘mandei bem’ no exercício (até aquele momento não imaginei que me seria tão útil na saída do Baú…).
Mas o ponto alto do treinamento, o ‘mais didático’, foi o da montagem da ‘parada virtual’ acompanhado pela Bia, e que cuja clareza não me deixou qualquer dúvida… Exemplo: Pergunta da Bia: – Como é que você se viraria se ao invés de três ou dois mosquetões, você tivesse ‘um único’ mosquetão, (e depois ‘nenhum’…), para ‘montar’ e ‘equalizar’ sua parada? Resposta do seu Jorge (é fácil!): – “Eu faria assim… Está certo? E as respostas (da Bia…) ‘invariavelmente’ eram: Assim não! Morreu!, Eu retrucava: – E assim pode? ‘Não’ – Morreu de novo”!
Sem dúvida foi a aula ‘mais clara’ que recebi em Andradas… Foi a melhor explicação da famosa relação ‘Causa’ e ‘Efeito’ sem dúvida nenhuma… Essa saída foi onde mais aprendemos sobre ‘companheirismo’ e principalmente ‘confiança mútua’, já que nessa saída praticamos a parte de segurança pessoal e principalmente ‘segurança dos parceiros’ de escalada. Acredito ter feito pelo menos umas sete ou oito ‘seguranças’ ou ‘segues’, e isso com certeza melhorou e me preparou psicologicamente, (a todos nós na verdade), para as saídas que se seguiriam, e nas quais praticaríamos aquilo que havíamos exercitado em Andradas.
Resumo da saída: Uma ‘saída-aula’, num lugar belíssimo, e fundamentos para ‘lembrar’ e ‘levar’ sempre que sair para escalar…
PNI – Parque Nacional do Itatiaia (19 a 21 de abril de 2008) Aqui vale um destaque pessoal: Desde ao menos a metade da década de 80 eu tinha vontade de ‘estar’ no Itatiaia, mais precisamente no pico das Agulhas Negras, então esta foi a saída mais esperada por mim, pois dos locais designados, este era o único que eu já tinha alguma referência. Por conta disso, a expectativa e mesmo a ansiedade eram enormes e eu passei a contar os dias e depois as horas de estar finalmente conhecendo este lugar. Chegamos Deco, Ademir, Rafael, Renata, Kazuo e eu a portaria do parque às 6h30 [portaria Itatiaia]. O combinado era: ‘impreterivelmente’ 7h00, então achamos melhor não arriscar chegar atrasado.
Chegam os demais e começamos a caminhada até o Abrigo Rebouças, ponto de partida rumo as ‘Prateleiras’ do Itatiaia. “Puta tesão!” Lugar fantástico e de formas mágicas, tudo era muito maior do que aparentava ser à medida que nos aproximávamos (ilusão de ótica interessante…).
é feito através de trechos íngremes, e foi nelas que definitivamente aperfeiçoei as minhas ‘entaladas de joelho’® (já registrei a técnica…). Não vou nem tentar explicar o que ‘diabos’ é isso, porque é ‘muito técnico’ e seria impraticável de explicar… Só fazendo mesmo… Brincadeira à parte, a subida foi muito boa e a finalização com o rapel, melhor ainda! Foi o 1º rapel, ‘de verdade’ que eu fiz na vida! Achei que ‘mandei bem’. Ao menos cheguei ‘inteiro’ e ‘sem arranhões’ na base da pedra, uns 40 ou 45 metros abaixo… Vale o registro também, que fizemos o livro! Está lá para quem quiser ver com os próprios olhos. No Domingo: Chegava para mim a tão esperada hora! Ia finalmente subir o pico das Agulhas Negras!
Baita ansiedade, café tomado, ‘aceito’ levar uma das cordas comigo, e seguimos a trilha rumo ao pico do Itatiaia. Começo da trilha e parece que algo está errado. Vou cansando muito depressa, o que me tira um pouco do bom humor. Penso: ‘não era para eu estar tão desgastado assim’… Não deu outra! Na subida das rampas que são o acesso ao cume do Itatiaia, o ‘carburador do seu Jorge’ abre o bico e ferve! Tenho que parar após alguns passos (umas duas vezes ao menos), e só consigo me recuperar quando iniciamos a subida mais íngreme (pelas fendas…) e já sem a corda, ‘peso extra’ que também usei como ‘parte da tentativa de explicar’ porque me desgastei tanto na subida. A partir da subida pelas fendas, chaminés e gretas, a trilha se mostra mais exigente e sinto algumas dificuldades em alguns trechos, mas a medida que subíamos me sentia mais perto de realizar esse meu objetivo: estar no alto do Itatiaia (o cume fica a aproximados 2.900 metros). Chegamos cedo ao pico, pois subimos bem e rápido, apesar da ‘fervida do meu carburador’… Tivemos tempo de sobra para descanso, lanche e preparo da fase seguinte: ‘A assinatura do livro’! Ficamos sabendo que a turma anterior do CBM não havia feito (ou acho que fomos a 1ª turma do CBM que faria o livro). Uma coisa ou outra, o fato é que faríamos o livro! Fui o último da fila, e mesmo meio desajeitado na rampa ‘fiz o cume’ O rapel eu tirei de letra. Resumo da saída: Voltei de ‘alma lavada’ à São Paulo… Momentos mágicos e que sempre recordarei. Mais que uma saída, foi um desejo realizado que há muito tempo estava ‘adormecido’ em mim, e foi realmente muito bom transformá-lo em realidade.
Pedra do Baú e Bauzinho (17 e 18 de maio de 2008) Esta saída desde o início me intrigava. Primeiro porque no final de semana em que estava prevista, eu não tinha como ir (era no dia das mães!), então meio que ‘desencanei’ da idéia de fazê-la, pelo menos no 1º semestre. Ainda assim, ‘bisbilhotando’ no site do CAP, eu me lembrei de ter visto uma foto ‘meio sinistra’ da via que levava ao cume do Baú, mas achei (pensei…), ah, deve ser do pessoal que já escala há mais tempo. Ilusão que durou pouco, pois durante as aulas que antecederam a saída, fomos sendo ‘lentamente’ preparados para a saída ‘mais técnica’ que teríamos, e que pode ser definida por uma expressão de nosso ‘amado gurú’ (o Belo…): “Se preparem… Lá é onde o filho chora e a mãe não vê ! hahahahahahahahahaha…” ‘- Gentil’ da parte dele não?? Bem, como houve o adiamento da saída, e pior por três looongos finais de semana, a ansiedade que já era grande ficou insuportável, e aí eu resolvi ligar a tecla ‘FDS’ (foda-se!), desculpem o palavrão, mas funcionou muito bem… Chegamos ao final da noite no local do acampamento e ao amanhecer nos preparamos e rumamos para o início das vias do Baú e do Bauzinho, onde fomos divididos em duas turmas: o Deco, a Alice, a Rose, o Ademir e eu, faríamos o Baú (graças a Deus!) e os demais, Naiche, Rafael, Renata e Kazuo fariam o Bauzinho… Dei ‘graças a Deus’ porque realmente já havia ‘posto na cabeça’ que se era para ‘se apavorar’ que fosse logo no sábado! Mas, no final foi muito, mas muito legal mesmo! Tiveram trechos onde a tensão foi bem grande, mas confesso não ter sentido muito medo (a tecla ‘FDS’, lembram-se?), me sentia ‘controlado’, diria até que estava ‘bastante confortável’ lá em cima. O trecho da chaminé, esperado por todos, e que era uma clara definição da expressão do Belo, realmente é ‘esquisita’ não diria absurdamente difícil, mais desajeitada, melhor dizendo. Subir por ali, principalmente por ter ‘optado’ (pura burrice…) em fazê-la de botas e não de ‘sapatilhas’ foi mesmo esquisito… Subí de botas e o Ademir também, e após estarmos na parada logo acima da chaminé, e que tivemos a ‘brilhante’ (e necessária…) idéia de tirar as botas e calçar as sapatilhas… Tudo isso feito ‘dependurados’ na parada (‘nada cômodo’). Vencida a chaminé, devidamente calçados, seguimos adiante pelas passagens e fendas rumo a rampa final que dá acesso a trilha do cume do Baú. Esse trecho, a última parte da segunda cordada, é sensacional, a subida se faz por uma rampa íngreme e bastante exposta, mas com ‘agarras de encher a mão’ e que passavam uma maravilhosa sensação de segurança! Ao final desse trecho nos aguardava o Kita, com um sorriso e uma euforia de contagiar. Foi sem dúvida nenhuma, o melhor momento do curso todo, em minha opinião. Valeu todo o esforço para chegar até lá, e ainda, como prêmio final, chegamos ao cume no início de uma tarde ensolarada com tempo para relaxar, curtir o visual, ver nossos colegas ‘fazendo’ as vias do Bauzinho e ainda tirar várias fotos.
Hora de descer… Ficamos admirando o visual lá de cima, mas chegou a hora de preparar nossa descida, o Kita, Filhote e Juliana, nossos guias, foram na frente para preparar a descida que faríamos via rapel, de onde seguiríamos ‘desescalando’ pela parte restante da rocha até a ponta da escada de metal (acesso ao início da trilha de retorno ao estacionamento). Tudo ia muito bem, rapel preparado, me preparo para descer, estou ‘em alto seguro’, passo a corda pelo meu ATC, prussik posicionado na corda, mosquetão travado, estou pronto para descer! Aviso ao Kita, que me pergunta se estou bem, e lhe digo, ah! Vou tirar de letra! Afinal esse já é o meu ‘segundo rapel’! Estava bem mesmo, o começo muito fácil, pois saíamos ‘de pé’ (a ancoragem, bastante alta em relação ao ponto de descida do rapel, ajuda muito!), e tudo foi muito bem até estar a mais ou menos a uns dez metros do chão, quando, num ‘lance de gênio’, resolvo ajudar com a mão que posicionava o prussik, ‘empurrar’ a corda pelo ATC, pois estava ficando ‘muito pesada’… Não deu outra, o prussik travou a corda (funciona! trava mesmo!) e eu fiquei ‘travado na corda’ sem poder continuar a descida. Lembram da aula de Andradas que comentei sobre a subida da árvore usando o prussik? Pois é, foi o que tive de fazer para poder ‘destravar’ o prussik da corda e terminar o rapel. A ‘cagada’ foi básica (não sei por que lembrei, de novo, do Belo dizendo, ‘vocês vão ver…’), mas a saída foi triunfal! Não falei que a aula de prussik ia ser útil pra caramba?
Dia seguinte, o Bauzinho… Tivemos na noite do sábado um ‘jantar de gala’ oferecido pelo Corneto. O cardápio: polenta com molhos de carne e de lingüiça, vinho, etc. Bem o resultado não poderia ter sido outro, vejam o estado do Kita junto ao Corneto, ‘seu Jorge’, Pretto e Paulinha. Na manhã seguinte, devidamente refeitos (pelo menos era o que eu achava…), rumamos para a saída das vias do Baú e Bauzinho novamente, turmas ‘invertidas’ e lá fomos nós de novo! Rapel preparado, fizemos um novo exercício devidamente ‘ancorados’ na base do Bauzinho onde deveríamos recolher a corda, lançá-la morro abaixo, descer de rapel e escalar via acima, com segurança ‘de cima’ preparada por um de nossos colegas. Tudo pronto, recolho a corda, lanço, preparo o rapel, desço até o ponto de reinício da escalada e aguardo o OK, via rádio, informando quanto a ‘segurança pronta’ para poder iniciar a escalada. Começo ’meio capcioso’, não consigo uma boa agarra por estar mal posicionado na pedra, e o inevitável: vou cair! Não adiantava nem gritar, pois não dava para ouvir nada lá de cima mesmo! O jeito foi ‘confiar’ na ‘segurança de cima’. Pobre Alice teve de me segurar (‘seu Jorge’, como fiquei conhecido) em sua ‘primeira queda’! É isso mesmo! Só para variar um pouco, essa foi a minha primeira queda! Foi bem pequena, eu nem me assustei, mas com certeza, a Alice levou um baita susto! Resumo da saída: ‘Acima de quaisquer expectativas’ que eu tinha, não só para as saídas, mas para o próprio curso do CBM. E acima de tudo, ‘fechamos’ com uma bela frase do Belo: Não fica triste não… Agora não são mais alunos, e sim MONTANHISTAS !!! – Precisa falar mais?
Epílogo… Pois é, final não tem não! Até por que ‘não acabou’, está apenas começando! Só não sei bem ‘ainda’ como é que vou ‘convencer’ a ‘cara-metade’ disso… Por via das dúvidas, acho melhor não deixar ela ler esta parte da ’história’… Aconteça o que acontecer, uma certeza que tenho é que ‘nunca mais vou olhar para uma montanha da mesma forma que antes’… Seo Jorge ‘Turma CBM_01_2008’
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5 de agosto de 2008
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